terça-feira, 8 de setembro de 2020

Iluminei a cidade inteira.

 Eu que sou capaz de incediar. De colocar fogo em tudo. De tremer tudo. Ou melhor, de fazer tremer. É esse meu departamento. É onde eu sei mandar sabe. 

Sei que quando olham para mim muitos subestimam tudo em mim. Corpo e alma. Mal sabem eles que tudo aqui é dentro é intensidade. Felicidade. 

Eu aprendi de todas as maneiras, lindas e cruéis como é maravilhoso ser eu. Como é delicioso me olhar e me entender. É espetacular! 

Não quero ter alguém para preencher parte vazias em mim, quero ser totalmente plena sozinha. Quero ser completa. Eu sou completa. Me basto. Eu poderia iluminar uma cidade inteira, sozinha. 

Quando eu precisar, quando eu quiser, quando eu estiver disposta eu colocarei alguém no caminho também, e aí colocaremos fogo em tudo. 

Mas tenha total certeza, a minha luz sozinha já brilha. Eu não preciso de um palco, eu sou o próprio espetáculo, eu sou a minha pláteia. Eu domino corpo, alma e essência em mim. Eu deságuo, eu desarmo, eu lanço um olhar carinhoso sobre quem eu sou no espelho. Gosto do que vejo, amo, desejo. No meio do caminho eu até me perdi, demorei pra me encontrar, mas então eu percebi que no emaranhado dos meus cachos e nós, eu já era nascida, só precisava viver. 

terça-feira, 19 de maio de 2020

Nome acima de todo nome.

Não importa como te chamam, e nem onde te encontram. O que importa de verdade é que a essência da adoração não mudou.  As pessoas procuram um grande significado para tudo que fazem, e um sentido maior na existência o tempo inteiro. É natural, o ser humano quer significado e alguém para ser culpado em tudo. A história diz isso. 
Em período quase que integral nós procuramos e lutamos procurando motivos e razões para toda e qualquer coisa que aconteça em nossas vidas. E adivinha só? Não encontramos. Não há controle. Mas há motivos, e há razões. 
Recentemente um conversa com uma pessoa muito importante me trouxe tua voz de volta. Era tão claro e tão simples ao mesmo tempo. 
Você é Deus. No entanto você não precisa me provar que é DEUS. Mas... todos os dias sua voz volta a mim apenas para me lembrar que esse nome, acima de todo e qualquer nome é que dá sentido aos meus dias. Te vejo em tudo sabia. Em todos os momentos. Tão real, e tão nítido quanto meu existir. 
Me sinto confrontada, quase que ameaçada por teu amor. Tão grande e incomparável que me tira brutalmente da zona de conforto que eu criei aqui dentro. 
Ainda não tenho todas as respostas, mas tenho muitas perguntas, que eu costumo fazer em voz alta quando conversamos, mas todas as respostas estão em sua história, no seu chamado, e por consequência na minha fé, que ás vezes eu confesso, é tão falha. 
Minha adoração hoje é mais contida, confesso. Mas é real. No fundo do meu coração e do meu interior eu te busco como nunca imaginei buscar, e é assim que tenho te achado. 
Perdão se eu como filha sou falha e não compreendo os caminhos que tem me colocado. Me perdoe por questionar suas decisões, seus propósitos, suas formas de agir. Você escreve por linhas certas, quem lê errado somos nós; 
Não importa como te chamam, apenas que todas as nações proclamam um só nome como todo poderoso, tem fé no impossível porque vem de tuas mãos, alcançam bênçãos porque escutam tua voz! Se declaram abençoados porque é de ti que vem socorro. Não importa como clamam por ti, só que joelhos se dobram no mundo inteiro quando te vêm passar, quando sentem tua presença. Não importa o que querem quando te buscam, somente que estão arrependidos e querem te adorar no mais profundo de sua dor pois ali brota a adoração verdadeira. Não importa como te adoram, somente que gritam e clamam por um nome forte que faz milagres, que gerações inteiras cantam as maravilhas que fizestes. Não importa a oração, mas o universo inteiro reza, ora, pede, chora, clama, se ajoelha e agradece pelo que tens feito. Não importa o lugar, na igreja ou num quarto escuro, a adoração e clamor vem de toda parte. Não importa o tempo, sempre haverá em qualquer lugar, alguém que nunca irá desistir de pedir incansavelmente a tua volta.

domingo, 3 de maio de 2020

Carta para mulheres intensas.

Se você já ouviu a seguinte frase: "nossa, assim você assusta os homens", então essa carta é para você. Isso não é um manifesto feminista para dizer aos quatros cantos, que nós mulheres não precisamos de ninguém. Pelo contrário. Precisamos sim. O ser humano é social, e precisa sim de outros seres. 
Essa carta é um pedido de perdão, e talvez um pouco de conforto, pra você que assim como eu, precisa lidar com suas intensidades. Primeiro quero deixar claro, que isso não tem a ver com o sexo masculino, mas que nós, intensas que somos já sofremos com esse julgamento. E por mais que a gente diga que não, ele dói sim. 
Você fala alto, já ouviu alguém dizendo: "nossa, fala mais baixo". Naquele momento você só pensou: mas a minha voz é assim. Sua risada ecoa no ambiente, você ri de verdade, então você ouviu que sua risada é escandalosa, que você poderia ser mais discreta. Você já se sentiu "diferente" das amigas, pois nunca conseguia fingir uma opinião pra parecer um pouco mais recatada, mais santa. Você bebe igual um opala, senta de pernas abertas, grita, fala palavrão, não usa a roupa que "deveria" usar, não coloca o batom discreto, externamente esses são apenas alguns dos fatos diários que você precisa ouvir. Então essa carta é pra você. 
Mesmo que um milésimo de segundo você já cogitou na sua mente, ser uma mulher "normal". Eu sei que sim. Eu também. Você já pensou em seguir o padrão e ter menos discussões, ser menos julgada, ter menos problemas, e mais plateia. Eu sei que já, pois eu também já fiz. Você já quis ser adaptável, afinal a maioria é. Então porque diabos, logo eu, não sou? 
Por dentro é mais difícil lidar. As vezes você oferece silêncio, porque sabe que se disser a sua verdade, além de incomodar, vai doer também. As pessoas não estão preparadas pra quem você é; Eu sei que você já teve essa impressão. Já quis se diminuir pra caber em alguém? Óbvio que já. Eu também. Era mais fácil né? E aí você ouviu, "ah vocês não deram certo, porque você não soube ceder". Ninguém te olhou no olhos e disse que a culpa era sua, mas também não precisou. 
Tô aqui pra te dizer: tudo bem ser tão intensa; Se perdoe. 
Tudo bem não querer o que todo mundo quer, não ser o que todas as outras são, elas não estão erradas, mas você aí também não está. Já percebeu que todo furacão tem nome de mulher? É em nossa homenagem (não é, mas deveria). Ás vezes a gente sai arrastando tudo, quando vê já derrubou. A tempestade por dentro é tão forte que transborda. Já viu oceano caber num copo? 
Você, moça tão linda, que grita, fala alto, fala tudo que dá na telha, e ouviu a vida inteira que ter um relacionamento com você mesma é muito importante mas até hoje não conseguiu se achar, você mesma: ESTÁ TUDO BEM! 
Não se limite, se transforme, se perdoe, se transborde. Nem todas as pessoas vão entender quem você é. Você sempre vai ser julgada em dobro, sempre vai ser a "emocionada"( já ouviu essa também né? é nova!), sempre vai ser a escandalosa, dramática, que gosta de um palco. Vai ser exagerada, e sim, sempre vai assustar muita gente, e por mais que eu não queira que seja assim, ainda vai ouvir muito aquela frase lá do início.
Mas quero te dizer uma coisa, suas intensidades, definem exatamente quem você é. Comportamentos cheios de padrão, definem pessoas dentro de um padrão. Pensar e ser fora da casinha, define um ser completamente diferente, disposto a enfrentar quem diz que ser diferente é estranho. 
Estamos no meio do discurso de empatia, isso desde que você faça o esperado, do contrário estamos na era do cancelamento. Nós intensas, seriamos facilmente canceladas. 
Lembre-se sempre, você só diz em voz alta, aquilo que a maioria pensa em silêncio. 


Perdoe-se, é uma delicia ser quem você é. 
SEJA! 

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Certeza de céu azul.

Hoje eu me peguei vendo o céu. Parecia mais azul que de costume. Ou no caso eu que não tenho o hábito de olhar e reparar nele todos os dias. Não tenho como comparar. Parei por alguns minutos e percebi o óbvio: o céu está sempre ali. É uma certeza. Nos dias bons, e nos dias maus. Com chuva ou sol, arco íris ou tempestade. Ele sempre está ali. 
      No meio do caos, da tristeza, da incerteza, da derrota, da falta de amor, da dor. Ele inexplicavelmente mais bonito que nunca sempre estará ali. 
O que eu aprendi com isso? 
Aí é que está. Tenho aprendido muitas coisas. Mas hoje olhando para o céu tive muitas perguntas respondidas em meu coração. Eu humana que sou, tento controlar o incontrolável. Eu pequena que sou tento me fazer gigante diante de proporções exageradas; E qual a explicação disso? 
Quero uma solução mágica para aquilo que eu acredito. Quero mais do que motivos. Quero certezas. Mas que momento que eu resolvi escolher para buscar essas certezas não é?
Foi aí que me deparei com o céu, e tive as respostas que eu tanto busquei nos últimos dias, tão difíceis por sinal. 
Eu respirei tão fundo e senti a brisa. Depois respirei tão fundo e pude ouvir a voz. A voz de dentro do meu ser. Tão clara e tão simples: agradeça. 
Sempre há um motivo para agradecer. Pequenos motivos ou grandes vitórias. Sempre há um bom motivo para agradecer; 
As risadas da noite anterior, o amor que me foi permitido viver, o aniversário do amor da minha vida, o dom da vida, meu respirar, meu existir. Tenho a chance de viver dia após dia e fazer valer a pena tudo que tem sido dado a mim. Então já tenho motivos suficientes e enormes para olhar para esse mesmo céu, agora escuro e cheio de estrelas e agradecer. 
Pode ser que ainda hoje minha cabeça esteja disposta a me sabotar. Mas a alegria vem pela manhã. Aquele mesmo céu azul me espera. 
E, ah! Obrigada por isso. 

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Para não perder o costume.

Ainda estou dirigindo tudo que aconteceu. Fico repetindo o mantra que o tempo cura todas as coisas que eu não consigo e não posso compreender. Ás vezes gostaria que as coisas, pessoas, relações, viessem com um tutorial no instagram explicando como lidar em diferentes situações. Não temos esse poder, não temos o poder de saber como o outro vai reagir aos seus tropeços e enganos. 
      Durante algum tempo eu procurei um culpado para tudo. Eu deixei que minha mente sabotasse meu espírito e tornasse as coisas um pouco mais cruéis e difíceis. Até que me lembrei de uma frase: você é, o que deixa de bom em alguém. 
E daí que acabou? Por um bom tempo deu certo, funcionou. Dividiram a cama, risadas, sonhos, prazer e amor. O rolar das lágrimas é inevitável, mas o aprendizado fica. Tem que ficar. Permaneça em você o que de bom aquele alguém lhe trouxe.
Eu escrevo e paro. Eu escrevo e respiro fundo. Eu fico trazendo até mim todos os sentimentos e sentidos possíveis. Uma maneira de sentir e deixar ir. Algumas pessoas conseguem, outras pessoas precisam de um tempo maior. 
Estou aqui para dizer que foi amor, da maneira que tinha de ser. Cada um na sua maneira. Não precisa se culpar, não precisa adormecer. A beleza das rosas não se perde com seus espinhos. O ponto final não pode deixar a beleza do caminho desaparecer. Caminhe. Não corra. A ferida precisa de tempo e cuidado para cicatrizar. 
O céu continua no mesmo lugar, imenso e intenso como nunca. Você também. 
Suas intensidades definem quem você é. Seu jeito de ver a vida definem quem chega até você; Se guarde. Se respeite. Respeite seu tempo. Esse momento é seu. 
 A cabeça vai doer por uns dias, o tempo vai demorar a passar. As fotos no espelho para não perder o costume terão outro significado. Pode ser que vá embora num dia, num mês, num ano. Não se demore em ser feliz e usar o que aprendeu a seu favor. Mas não minta para você mesmo colocando motivos, culpas, terror em quem um dia tanto te fez bem. 
                 É pra ser gratidão, é pra ser imensidão, é pra fechar os olhos e lembrar de tudo com o coração leve. Nunca foi pra pesar. Eu sei, eu sei, também não era para partir. Mas foi. 
Carregamos ao longo da vida um monte de pequenas certezas, a gente aprende que superar é esquecer e colocar uma grande pedra em cima. Hoje, ressignificando esse termo, sabemos que superar vem de dentro pra fora. Significa aquecer. Isso mesmo. Aqueça seu coração na noite fria, seja seu aconchego quando os dias parecerem longos demais. Deixa pra trás o sentimento de posse, se algo é seu. É seu. O universo se encarrega. Confie no processo. Esteja presente no processo. A graça do caminho é realmente caminhar. Então vá.
Tem um monte de novos sorriso pra você ser por aí. 

quinta-feira, 9 de abril de 2020

O cara tem um poder que eu não sei explicar, ele me olha, eu vou ao céu e ao inferno em meio segundo. Não lembro como a gente se conheceu e no momento, aqui deitada nua na cama dele, nem interessa. Tenho o péssimo costume de dizer quando estou cheia de vontade para ele. Em menos de 5 minutos ele aparece e rompe qualquer barreira de juízo que eu ainda tenha.
            Estou molhada, dominada, entregue e com um tesão fora do controle. Ele passa a mão no meio das minhas pernas e ri. Uma risada gostosa que ecoa no ar quando vê que eu estou completamente molhada e pronta para ele. 
Temos uma conexão tão absurda que só de olhar já sei exatamente como ele me quer. Vou me virando devagarinho e em questão de segundos estou empinada, com a cara enterrada no colchão e escorrendo. Certamente a melhor visão que ele poderia ter de mim; Ele me invade sem nenhum pudor e enche meu corpo de um êxtase sem tamanho. Eu não vejo mais nada, só consigo ouvir a respiração descontrolada e sentir as mãos firmes na minha cintura. Ele geme. Arfa. Grita. Logo o tapa forte marca minha bunda e eu abro os olhos com uma pressa de olhar aquela cara de safado que só ele tem. Eu falei que eu perco o controle não é? 
Perdi. Só sei pensar da cintura para baixo agora, não interessa se é certo, se é errado, se dói, se tem depois ou não.
Interessa que ele me faz gozar e gritar numa velocidade que ninguém fez. Por isso digo que ele tem poder. Eu dei esse poder a ele. 
Enquanto ele se movimenta em mim, eu olho aqueles olhos perfeitos me olhando na certeza de me fazer chegar lá no céu pela segunda vez... pela terceira... pela quarta e aí vai. Eu não costumo contar. 
Ele sussurra em meu ouvido que não aguenta mais e que quer ver como eu vou dar conta dele agora, mais uma vez eu adivinho os pensamentos dele, ou será que eu sei de cor tudo que ele mais gosta?
Ajoelho em sua frente e sem pensar duas vezes eu estou engolindo e tomando posse de tudo que é meu, ele não se opõe a me segurar pelos cabelos e falar coisas que no momento não entendo, quanto mais intenso estou, mais rápido sei que ele vai chegar lá. 
É aí que eu paro. Minha diversão não vai terminar tão rápido assim. Ele me olha impaciente, já sabendo o que eu pretendo, me deito de frente para ele, sem pudor nenhum, de pernas abertas, sabendo que quando eu quero, sou eu quem mando, e por mais poder que eu tenha dado a ele, quem comanda essa cama é rainha, e o trono aqui ainda é meu. 

domingo, 5 de abril de 2020

Nossa canção.

Uma canção que teve o poder de me fazer viajar no tempo. Ainda não sei como amo noite e dia teve tanto poder assim na minha vida. Sim, essa musiquinha de Jorge e Mateus que até hoje faz meu coração inteiro vibrar. 
   Eu não sei explicar, mas cada parte da música me lembra algo diferente, não sei vocês, mas eu conecto cada momento da minha vida a uma trilha sonora, e as vezes cada pessoa também tem sua música. E essa música em especifico fez parte de um momento tão lindo e leve da minha vida, que sempre que eu ouvir, estando em qualquer lugar do universo, eu vou me lembrar. 
Vou lembrar do sorriso de bom dia nas manhãs que até então estavam sem cor. Do horário marcado no fim do dia só para conversar amenidades. Do abraço apertado e tímido na frente dos outros. Da mania de me fazer fugir de lugares importantes só para me ver. 
Não teve dor, nem sofrimento. Teve intensidade, teve verdade. Teve companheirismo, teve o seu sorriso radiante me dizendo coisas em silêncio. 
Tiveram mensagens pela madrugada, ligações costumeiras só para perguntar: Ei, aí tá tudo bem? Tantos momentos, que resolvemos resumir naqueles 5 minutos de música que nos tocavam de alguma maneira. 
Ontem eu ouvi essa música, a nossa música. E fiquei pensando, será que quando você ouve a nossa música você lembra desse nós? Desse nó? Virou laço, desatou e foi embora de mim. Mas foi tão apertado que a marca tá bem aqui, viva até hoje. 
Não tem quem não lembre de nós, mas e você? Lembra?
Eu porém, não consegui esquecer. Guardo cada momento como uma certeza de felicidade, com a magia da paixão estralada em mim cada vez que o telefone tocava. 
Temos uma foto. Uma única foto, que com certeza tá salva em algum lugar, mas temos tanto instantes incríveis pra lembrar, pra contar. 
Eu guardei, e eu contei. Contei nossa rápida história na sala da casa de uma amiga, eu falei alto seu nome apenas pensando que se algum dia a gente se esbarrar na rua eu vou perguntar se você também se lembra, só por curiosidade. 
Eu ainda não sei se essa música tem o mesmo poder com você, só sei que ontem fiz uma viagem no tempo, lembrei de todos os momentos, mas nenhum deles vai ser tão bonito quanto o nosso jeito de falar de amor, e olha que a gente nem sabia direito o que era amar. 
   Onde você estiver eu quero te agradecer. 
Obrigada por ser você. E não esquece nunca: Amo noite e dia. 

segunda-feira, 16 de março de 2020

Queria conseguir definir em palavras o frio na barriga que estou sentindo percorrer meu corpo enquanto ele sussurra e ri no meu ouvido. Diga-se de passagem, gostosamente. Nem sei se essa palavra existe, mas ele ri gostosamente e me desperta pensamentos insanos enquanto pergunta o que quero assistir. A voz sussurrada em meu ouvido é um convite, um convite prazeroso e gentil. Não existe pressa, só uma vontade escondida que deixa meu corpo elétrico. 
Eu estou assistindo o filme com as mãos dele me fazendo um cafuné leve que percorre a minha nuca, nesse mesmo minuto os arrepios que sinto descendo por minhas costas me fazem ter ideias completamente imorais com esse homem. 
Não tenho pressa. Espero o tempo que for nessa tortura deliciosa das mãos dele em mim. Enquanto eu em vão fingia prestar atenção no filme, as mãos cuidadosas e habilidosas percorriam a lateral do meu corpo, de lado e numa conchinha agradável, chegava cada vez mais perto de mim. Respirando pausadamente no meu pescoço me fazendo arrepiar de leve. Eu suspirava profundamente, pensando apenas que nunca foi tão gostoso ser torturada com o tempo. 
Eu queria avançar? Queria demais. Mas também queria saber os próximos passos daquele homem que me intrigava, me atiçava, e me fazia pensar coisas em meio minuto me olhando. Ele me olhava com fervor, com prazer. Se deliciava olhando para mim sem o mínimo de pudor. Eu, que nunca fico envergonhada com nada, fiquei ao imaginar se ele estava me despindo naquele momento. Com um movimento lento e me olhando a cada instante, ele se recostou no sofá e me colocou em seu colo. Um toque macio percorreu minhas costas, do inicio até o final fazendo eu me curvar para trás me entregando ao toque. A mão que percorria minhas costas parou no meio dela, me segurando. A mão livre percorreu meus seios ainda por cima da minha blusa. Gemi baixo. Lento. Arrastado. Abri a boca tão naturalmente que quando percebi mordi os lábios tentando esconder o que já tinha ficado nítido em mim. 
Como pode em tão pouco tempo, e com poucos segundos deixar minha mente afiada sem ao menos um toque íntimo em mim? Meu corpo pegando fogo e minha mente viajando. Como se adivinhasse o  teor dos meus pensamentos a pergunta veio:
- O que acha de tomarmos um banho juntos? Você parece com calor... 
Ah! Agora só de olhar ele sabia me ler. Não era tão difícil aquela altura do campeonato. Levantei sem pressa e com o turbilhão ecoando na mente. Fui me despindo com o raciocínio lento enquanto atrás de mim ele fazia o mesmo, sem olhar muito nos olhos, mas sentindo o calor tão próximo meu olhar encontrou o dele no espelho. Forte, cheio de desejo, e o sorriso de canto que me desmonta me dando calor entre as pernas. Eu não sou o tipo de mulher que se envergonha, não tenho pudor com meus desejos, mas aquele sorriso me faz ficar vermelha, só de imaginar o que vem depois dele. E veio.
A água morna tomando conta, o gesto rápido dele soltando meu cabelo e deixando molhar, a sensação do cabelo molhado nas costas, a mão me puxando para perto na cintura, o volume crescendo entre nós e causando um misto de tesão no ar. A boca encostando tão leve e tão rápido. O beijo molhado. 
Parei. Simplesmente entreguei meus lábios naquele beijo que tinha desejo, tesão, e uma vontade do caralho de me possuir ali mesmo. Sem a menor intenção de parar. Se eu tinha controle dos meus atos antes, agora certamente não tenho mais. Eu o quero. Ele me quer e não existe absolutamente nada que impeça. A vontade de me torturar demoradamente cresceu nos olhos dele e invadiu minhas pernas de um jeito que logo estavam bambas, eu tremi nos braços dele, e logo ele entendeu. Desceu a mão e tocou no ponto exato de me fazer gemer. Se eu pudesse definir, seria com essa palavra. Exato! No ponto exato. Os dedos logo se encontraram e eu não mordia mais os lábios, deixei meu desejo sair junto com meus gemidos, encostei e encontrei o que eu queria duro feito pedra crescendo nas minhas mãos. Não pensei em mais nada. Desci, e demoradamente olhando naqueles olhos tomados pelo tesão eu engoli, cada pedacinho dele, sentindo o controle que antes dominava a situação indo embora; Os gemidos abafados, as mãos no meu cabelo com determinada força me diziam que eu estava certa e percorrendo o caminho que ele queria. 
A voz gostosa me chamou pra subir, as mãos fortes me fizeram subir, me virou tão rápido que só tive tempo de sorrir, minha risada ecoou no box enquanto o carinho na minha bunda virou um tapa. Enquanto eu assimilava esse carinho, veio outro, e outro, e outro. Meu desejo escorria em minhas pernas, ele se deliciava vendo meu mel descer, e quanto mais eu suspirava mais a sensação de poder tomava conta dele. Se eu gosto disso? Meu corpo se esfregando no dele e pedindo mais é a resposta. 
Eu já não respondia por mim quando ele virou me trazendo para perto e sussurrando no meu ouvido me disse que a noite estava só começando. Aquela voz, aquela voz filha da puta, me fez corar e sentir cada parte de mim se contorcendo. Desligou o chuveiro com um ar de vitória me vendo deslizar nos braços dele, quase implorando que não me tirasse dali. Me tirou. Me secou com tanta atenção. Me beijou demoradamente, e me fez sentir novamente que lá embaixo ainda era o tesão que dominava suas ações. Dessa vez a voz que ecoou no ouvido foi a minha, com um pedido certeiro, que sem demora eu sabia que ele iria atender. 
- Me fode! 
Aquele sorriso de canto que me desmonta veio acompanhando as mãos que tiravam minha toalha e me deitavam na cama já abrindo minhas pernas. Ele sentiu meu calor, sentiu e sorriu de novo. Eu não achava possível que pudesse sentir mais tesão quando ele respondeu:
- A noite inteira. 
Ainda não tenho uma palavra que defina esse frio na barriga, mas tenho certeza absoluta que eu não preciso dizer nenhuma palavra enquanto pegando fogo ele entra em mim e olha nos meus olhos sabendo que a noite vai ser curta pra nós dois. 

terça-feira, 10 de março de 2020

 Eu não sei o que tirar do peito quando esse sentimento aparece aqui. É uma sensação de abismo que volta e meia vem me perturbar.
É a incerteza de estar no caminho certo, é o barulho dos dias conturbados. É o excesso de silêncio que o outro faz. 
É tudo que eu não digo quando eu preciso. E ao mesmo tempo são todas as palavras que transbordam em mim. Eu definitivamente não sei definir. É excesso. É falta. 
Um dilema que eu nem sei o motivo, uma tristeza sem causa. É o fim do dia exaustivo que chega para pesar. É o desabafo sufocado com alguém pelo telefone. 
São as letras que eu não escrevi. É o adeus que eu não dei. 
É a culpa que eu não assumi. Talvez é o erro que eu nem cheguei a cometer. É confusão, grito, sussurro, é a mensagem de bom dia que não me responderam.
Falta de mensagem, também é mensagem. 
É solidão. É estar no meio de um monte de gente e sentir-se rodeado de nada. É vazio. É acaso. É choro. São aquelas lágrimas do fundo da alma debaixo da água fria do banho. É a letra de música que eu ouço quando estou assim. Desse jeito que eu nem sei como.
Eu queria ser calmaria, mas eu sou confusão. Profunda, sem fim. Eu queria ser apego, mas eu sou distância, eu sou espaço, eu sou mais coração que razão. 
Eu queria poder não jogar aquele jogo que eu já decorei, mas eu mesma caí na minha própria armadilha. 
Me disseram que o tempo passa e arrasta tudo pro seu devido lugar. O tempo está passando e arrastando tudo mesmo, só que cada coisa que volta pro lugar, são pelo menos mais dez mudando de direção. Li esses dias que viver é perigoso. É aventura. É o não dominar as sensações e reações. É mais do que estar, é ser. No meio de um turbilhão de sentimentos sem nome, eu ainda sou capaz de tirar proveito da situação e me lembrar: estou sentindo, estou sendo, estou viva. Vou vivendo. Um dia de cada vez. Mesmo que alguns deles, pareçam uma vida inteira indo embora. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Ela.

Ela é linda. A alma dela é mais ainda. O espírito de aventureira que habita aquele corpo grita para voar. Ela quer ganhar o mundo. E ela nem precisa ser do mundo para isso.
É um brilho da noite sabe, é mais estrela, é até meio trovão. Um pouco de tempestade talvez, ás vezes chove dentro dela e ninguém nem vê. 
Ela é coberta de coragem. Uma armadura potente que só ela. Tem um tempero de samba que deixa qualquer um de boca aberta. 
Um olhar... nossa que olhar. Só dela. Ela olha para dentro, ela vê o que ninguém consegue enxergar, é a sensibilidade de dentro para fora. 
Ela tem alma de menina, uma serenidade que é tão dela que vira logo furacão. Ela tem um universo particular e se você foi convidado a fazer parte dele, sinta-se privilegiado. Ela só faz o que lhe convém, ela só anda com quem faz bem. 
Ela cresceu. 
Eu vi ela florescer, renascer. Transbordar. 
Ela foi fazendo da vida jardim, com cores que ela resolveu pintar. Foi mudando o destino sem pedir permissão ou aprovação de ninguém. Afinal é ela por ela. 
A alma também cresceu. Ganhou mais valor, ganhou mais amor. Ela foi fazendo seus pequenos cantos se abrirem para caber mais alguém. 
Sabe o que mais? Ela é só amor. 
Por fora, por dentro. Ela é poesia. Noite estrelada. Ela é calmaria. Ela é uma bagunça boa, a toa que ninguém precisou arrumar. 
Ela é toda de fé. Mas ela tem fé no humano, no animalzinho que ela viu na rua, e só se abrigou no seu passo. Ela não vai rezar junto com você, mas ela vai fazer a prece mais sincera que puder antes de dormir: agradecer. 
Ela também aprendeu a ser grata, ela aprendeu a surpreender quando a vida lhe disse que não podia mais. 
Ela é reggae no fim de tarde. Fogueira quando chega a noite. Aquece quem lhe compete. Ela consegue ser até ventania. Mas ela também é porto, também é cais. 
Ela é colo.
As vezes ela é um pouquinho lágrima, os olhinhos pequenos e fechados deixam logo na vista da gente se algo desagradou ou se a felicidade foi tanta, mas tanta que transbordou.
Ela é passáro. Voa alto. 
E ela é trevo. De 4 folhas. É difícil de achar. Mas se você encontrou, uma certeza eu tenho: ela é sorte infinita pra uma vida inteira. 

sábado, 4 de janeiro de 2020

Minha prece mais bonita tem teu nome.

A gente passa a vida inteira achando que sabe sobre amor. Que entende amor. É a meta da vida de todo ser humano, mesmo que seja escondido. E comigo era. Bem escondido. Tão escondido que até eu demorei pra achar. 
     Aí eu descobri amor. Do jeito mais improvável do mundo. Sem querer descobrir. Eu achei que conhecia o amor, achei que inclusive já tinha sentido de todas as maneiras. Até que depois da tempestade e de todo o furacão eu fui confrontada, e aí eu entendi o que antes eu tinha visto apenas nos filmes. Vi um filme uma vez em que o cara morria e deixava cartas para a mulher que amava conseguir lidar com a perda e viver outras coisas. Eu faria isso. Isso é amor. 
Defini na minha mente depois de muito sentir que amor é escolha. Você escolhe amar alguém. Eu escolhi amar você. Ainda não sei o propósito, o motivo, a razão, a definição de tudo isso. Mas a certeza de ter escolhido te amar é real. 
     É um abraço que virou casa, um beijo com gosto de lar. Um carinho despretensioso no braço no meio de uma madrugada de dor. Uma noite de sono mal dormida porque eu passei mal e você ficou acordado até que eu adormecesse. É uma cerveja no meio do dia, uma plaquinha comprada pensando em mim, um livro que tem a ver com meu trabalho, a consideração de pensar em amor com os meus. 
        É mais que corpo, é alma. É respeito no meio da briga. É coragem de dizer não quando quer gritar sim. É esforço pra não deixar morrer. É certeza de lealdade em qualquer canto desse mundo. 
Não tem ibope, não existe exposição, nem a disputa do quem gosta mais ou menos. Não tem grude, nem clichê de novela que os mocinhos ficam juntos no final. Vai além. 
É oração silenciosa no meio da madrugada. É a prece mais bonita que já fizemos na vida. Família. 
É a maneira mais profunda de amar outro alguém: orando por ele. 
     Se existisse uma regra, um manual de como amar, amar então não seria sublime como é. Apesar da confusão, ainda é brilho nos olhos e borboletas no estômago. Ainda tem arrepio no corpo e desejo na alma. Ainda existe suspiro profundo e respiração desconcertada. 
A proteção vai além de mero cuidado. É uma preocupação única de como você está realmente. De como seu ser tão blindado se comporta no meio da guerra. 
Tem tanta coisa pra dizer e pouco tempo pra falar. Tanta coisa pra sentir e muito pouco tempo pra gritar isso. A vida é breve. 
A minha certeza de amor é saber que eu não preciso gritar, escrever todos os dias, dar crises e mais crises, ser notada. A minha certeza de amor é sentida, vivida em descanso, na minha prece silenciosa ao acordar, e ao dormir. 
Você sente. Eu sinto. Nós amamos. Não nos perdemos. Existimos um no outro. 
Em amor, alma e oração.