Queria conseguir definir em palavras o frio na barriga que estou sentindo percorrer meu corpo enquanto ele sussurra e ri no meu ouvido. Diga-se de passagem, gostosamente. Nem sei se essa palavra existe, mas ele ri gostosamente e me desperta pensamentos insanos enquanto pergunta o que quero assistir. A voz sussurrada em meu ouvido é um convite, um convite prazeroso e gentil. Não existe pressa, só uma vontade escondida que deixa meu corpo elétrico.
Eu estou assistindo o filme com as mãos dele me fazendo um cafuné leve que percorre a minha nuca, nesse mesmo minuto os arrepios que sinto descendo por minhas costas me fazem ter ideias completamente imorais com esse homem.
Não tenho pressa. Espero o tempo que for nessa tortura deliciosa das mãos dele em mim. Enquanto eu em vão fingia prestar atenção no filme, as mãos cuidadosas e habilidosas percorriam a lateral do meu corpo, de lado e numa conchinha agradável, chegava cada vez mais perto de mim. Respirando pausadamente no meu pescoço me fazendo arrepiar de leve. Eu suspirava profundamente, pensando apenas que nunca foi tão gostoso ser torturada com o tempo.
Eu queria avançar? Queria demais. Mas também queria saber os próximos passos daquele homem que me intrigava, me atiçava, e me fazia pensar coisas em meio minuto me olhando. Ele me olhava com fervor, com prazer. Se deliciava olhando para mim sem o mínimo de pudor. Eu, que nunca fico envergonhada com nada, fiquei ao imaginar se ele estava me despindo naquele momento. Com um movimento lento e me olhando a cada instante, ele se recostou no sofá e me colocou em seu colo. Um toque macio percorreu minhas costas, do inicio até o final fazendo eu me curvar para trás me entregando ao toque. A mão que percorria minhas costas parou no meio dela, me segurando. A mão livre percorreu meus seios ainda por cima da minha blusa. Gemi baixo. Lento. Arrastado. Abri a boca tão naturalmente que quando percebi mordi os lábios tentando esconder o que já tinha ficado nítido em mim.
Como pode em tão pouco tempo, e com poucos segundos deixar minha mente afiada sem ao menos um toque íntimo em mim? Meu corpo pegando fogo e minha mente viajando. Como se adivinhasse o teor dos meus pensamentos a pergunta veio:
- O que acha de tomarmos um banho juntos? Você parece com calor...
Ah! Agora só de olhar ele sabia me ler. Não era tão difícil aquela altura do campeonato. Levantei sem pressa e com o turbilhão ecoando na mente. Fui me despindo com o raciocínio lento enquanto atrás de mim ele fazia o mesmo, sem olhar muito nos olhos, mas sentindo o calor tão próximo meu olhar encontrou o dele no espelho. Forte, cheio de desejo, e o sorriso de canto que me desmonta me dando calor entre as pernas. Eu não sou o tipo de mulher que se envergonha, não tenho pudor com meus desejos, mas aquele sorriso me faz ficar vermelha, só de imaginar o que vem depois dele. E veio.
A água morna tomando conta, o gesto rápido dele soltando meu cabelo e deixando molhar, a sensação do cabelo molhado nas costas, a mão me puxando para perto na cintura, o volume crescendo entre nós e causando um misto de tesão no ar. A boca encostando tão leve e tão rápido. O beijo molhado.
Parei. Simplesmente entreguei meus lábios naquele beijo que tinha desejo, tesão, e uma vontade do caralho de me possuir ali mesmo. Sem a menor intenção de parar. Se eu tinha controle dos meus atos antes, agora certamente não tenho mais. Eu o quero. Ele me quer e não existe absolutamente nada que impeça. A vontade de me torturar demoradamente cresceu nos olhos dele e invadiu minhas pernas de um jeito que logo estavam bambas, eu tremi nos braços dele, e logo ele entendeu. Desceu a mão e tocou no ponto exato de me fazer gemer. Se eu pudesse definir, seria com essa palavra. Exato! No ponto exato. Os dedos logo se encontraram e eu não mordia mais os lábios, deixei meu desejo sair junto com meus gemidos, encostei e encontrei o que eu queria duro feito pedra crescendo nas minhas mãos. Não pensei em mais nada. Desci, e demoradamente olhando naqueles olhos tomados pelo tesão eu engoli, cada pedacinho dele, sentindo o controle que antes dominava a situação indo embora; Os gemidos abafados, as mãos no meu cabelo com determinada força me diziam que eu estava certa e percorrendo o caminho que ele queria.
A voz gostosa me chamou pra subir, as mãos fortes me fizeram subir, me virou tão rápido que só tive tempo de sorrir, minha risada ecoou no box enquanto o carinho na minha bunda virou um tapa. Enquanto eu assimilava esse carinho, veio outro, e outro, e outro. Meu desejo escorria em minhas pernas, ele se deliciava vendo meu mel descer, e quanto mais eu suspirava mais a sensação de poder tomava conta dele. Se eu gosto disso? Meu corpo se esfregando no dele e pedindo mais é a resposta.
Eu já não respondia por mim quando ele virou me trazendo para perto e sussurrando no meu ouvido me disse que a noite estava só começando. Aquela voz, aquela voz filha da puta, me fez corar e sentir cada parte de mim se contorcendo. Desligou o chuveiro com um ar de vitória me vendo deslizar nos braços dele, quase implorando que não me tirasse dali. Me tirou. Me secou com tanta atenção. Me beijou demoradamente, e me fez sentir novamente que lá embaixo ainda era o tesão que dominava suas ações. Dessa vez a voz que ecoou no ouvido foi a minha, com um pedido certeiro, que sem demora eu sabia que ele iria atender.
- Me fode!
Aquele sorriso de canto que me desmonta veio acompanhando as mãos que tiravam minha toalha e me deitavam na cama já abrindo minhas pernas. Ele sentiu meu calor, sentiu e sorriu de novo. Eu não achava possível que pudesse sentir mais tesão quando ele respondeu:
- A noite inteira.
Ainda não tenho uma palavra que defina esse frio na barriga, mas tenho certeza absoluta que eu não preciso dizer nenhuma palavra enquanto pegando fogo ele entra em mim e olha nos meus olhos sabendo que a noite vai ser curta pra nós dois.
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