Alguns encontros são realmente necessários. O meu com ele com certeza era. É isso que penso todas as vezes que deito na cama marcada por nós dois. Uma conexão incomum, ou comum. Já nem sei definir. Eu olho pra janela e tudo que me vem a mente é a voz rouca dizendo bobagens pra mim e me fazendo rir loucamente. Tenho pensamentos egoístas com ele. Queria que ele fosse só meu. Pra mim. Inteiro. Mas ele não é. E eu absorvo tudo aquilo que me cabe, e guardo o restante na minha caixinha favorita aqui dentro. Volta e meia eu perco a chave dela. Nunca. Nunca entreguei a chave por querer. Dessa vez perdi o controle consciente. Muito consciente de todos os meus atos.
Primeiro um beijo. Que beijo, longo, terno, quente e cheio de desejo. Eu era capaz de me entregar pra ele ali mesmo, quieta e espalhada em qualquer cantinho que ele me deixasse.
Depois aquele abraço, que abraço! Forte abraço. Abraço no acaso. Acaso que me escolheu. A mim, ou a ele. Eu também não descobri ainda. Só sei que o abraço, esse me desmonta. Inclusive ele me abraça e eu sumo. Sumo no meio do abraço, do cheiro, do corpo, do beijo, quando vi já foi.
Depois.. ah. Depois. Depois veio o que vem depois. O que viria depois de qualquer maneira, sendo absolutamente bom, ou totalmente ruim. E adivinha? Não foi nenhum dos dois.
Especialmente estranha a conexão de corpos que aconteceu, eu rebolei com vontade, com desejo. Eu rebolei de verdade. Fazia tempo que eu não rebolava com vontade. Eu queria engolir ele. E queria transbordar ele também. Queria que aquelas mãos não saíssem de mim nunca mais. Saíram. E ao contrário do que eu pensei, voltaram. Eu jurei, apostei todas as fichas que não voltariam. Mas, voltaram. Voltaram pra cima de mim, por baixo, e até dentro. Senhor, se eu soubesse o poder daqueles dedos (...)
Eu me entrego loucamente a cada vez que escuto um sussurro dele. Eu me acabo naqueles braços, naquele corpo. E naqueles olhos, me olhando, me fitando tão silenciosamente.
Paz. Aquele olhar que me dá paz. E segundos depois faz minhas pernas tremerem em cima da cama. Eu engulo ele sem pudor nenhum, eu afago, beijo, fico despida de corpo e de alma, sem pudor e medo algum. Eu só rebolo. Me encaixo. Tremo. Solto cada gemido. E sou dele todas as vezes que ele resolve ser meu também. É um excesso de intensidade. Que eu pelo menos não sei explicar. Que eu nem sei sentir de tão louco. Eu pedi pra alguma força do universo me balançar de novo, fazer meus pés saírem do chão. E adivinha só? O destino me pregou uma peça: eu voei sem nem sair do lugar. Eu queria que ele soubesse como meu corpo fica quando ele chega perto. Eu dou risada, e eu molho. Molho mesmo, aperto as pernas sem vergonha nenhuma e molho. Coro. Chego a ficar vermelha. Mas sem nenhuma vergonha.
Vou contar um segredo. Eu vi ele dormir. Eu acordei e olhei aqueles olhinhos fechados cheios de paz. Talvez com uma mente turbulenta. Mas num sono tranquilo. Contrariando minhas leis fieis eu fui lá, dormi agarrada. Respirei o mesmo ar e acordei completamente descabelada; Mas tive um prêmio pra minha má criação: eu vi ele dormir. Não sei se sonhava, mas se estava sonhado provavelmente era um sonho bom, feliz. E eu estava lá. Vendo ele dormir.
Encontro perfeito a gente tem é na cama, quando ele mete a mão sem dó e eu empino sem raciocinar. A risada ecoa no quarto e o tesão escorre nas minhas pernas. E segundo ele, é a coisa mais linda. Eu dou prazer pra ele, eu me derreto inteira pra ele, em cima da cama. Da minha ou da dele. Eu ainda não sei porque esse encontro foi necessário. Talvez eu descubra o motivo, e talvez tudo isso se perca no tempo e vire uma lembrança boa e gostosa de um casal que se adorava no silêncio.
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