Eu estava cansada, e meu único pensamento no momento era dormir. Meus pés tinham algumas bolhas, meu cabelo estava um tanto desalinhado, e meus olhos fechavam quase que sem querer, bastava piscar. Ele andava dentro de casa, de um lado à outro com uma xícara de café nas mãos, calmo e impassível. Não parecia nem um pouco com o homem que correu durante todo o dia ao meu lado. Ele tomava seu café tão calmamente, que era irratante. Quando eu levantei ele apenas sorriu. Um sorriso leve que me levava ao céu. E quase ao inferno, queimando. Mas não aquele dia, não aquela noite.
Enquanto meus pés devastados pisavam no chão frio, minha cabeça lembrava do sorriso que estava no cômodo ao lado. Desviei meus pensamentos pro banho que tomaria e logo mais pra cama que me esperaria pra uma boa madrugada de sono, depois de um dia cansativo. Entrei no banheiro, enrolei os cabelos num coque perfeito, me olhei no espelho vendo os traços da maquiagem que existiu durante o dia, se esvaindo do meu rosto. Ouvi o barulho da tv sendo desligada. Entrei no box, e o fechei, abri o chuveiro e deixei a água cair.Quente. Meu prazer secreto era deixar a água cair, até que o vapor tomasse conta do box, minha sauna particular. Deixei a água cair sobre meus ombros, desviando do meu cabelo, a água tocava cada parte do meu corpo e automaticamente ia me fazendo relaxar. Me perdi em meio aos pensamentos leves e água quente, não ouvi o box sendo aberto, e aquele sorriso invadindo meu espaço.
Chegou tão perto e me aqueceu mais do que a água que continuava caindo sobre nós, soltou meus cabelos, e me deu beijo no pescoço, leve e suficiente pra despertar os insitintos da mulher que até minutos atrás só pensava em dormir. Fechei meus olhos e senti arder. Queimar. Senti o tapa forte em minha bunda ecoando pelo box, senti sua risada frouxa em meus cabelos, e senti o calor de sua mão em minhas costas. Não precisou falar, pedir, nada. Absolutamente nada iria parar aquele sorriso malicioso, e aqueles olhos famintos. Me virou rapidamente, e me tocou. Tão intimamente, e tão profundamente, que meu gemido escapou por entre os lábios sem querer. Eu não queria me render, mas já estava entregue. Quando me penetrou, foi tão fundo que apoiei as mãos no vidro embaçado, e só conseguia me concentrar na respiração ofegante em meu ouvido. Ele me dobrava sempre, sem esforço algum. Eu escorria de tesão, a água corria em nossos corpos, e nosso calor se misturava ao vapor que ia se dissipando no ar. Com força, ele arrancava suspiros, e gemidos da minha boca, meus seios sensiveis ao seu toque eram tocados com anseio de me fazer enlouquecer. Ele nunca precisou de mais que um café pra se aquecer, eu ao contrário, sempre precisei dele pra esquentar as coisas. Quando acabamos o banho, eu certamente estava um pouco mais exausta e satisfeita que ele; Eu sorria de satisfação enquanto o via se secar calmamente. Deitado na cama, com aquele gosto de mel na boca, eu só conseguia pensar em como minha madrugada havia acabado bem, e ele só conseguia me olhar com ar de que não havia acabado ainda.
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