quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Ela.

Ela é linda. A alma dela é mais ainda. O espírito de aventureira que habita aquele corpo grita para voar. Ela quer ganhar o mundo. E ela nem precisa ser do mundo para isso.
É um brilho da noite sabe, é mais estrela, é até meio trovão. Um pouco de tempestade talvez, ás vezes chove dentro dela e ninguém nem vê. 
Ela é coberta de coragem. Uma armadura potente que só ela. Tem um tempero de samba que deixa qualquer um de boca aberta. 
Um olhar... nossa que olhar. Só dela. Ela olha para dentro, ela vê o que ninguém consegue enxergar, é a sensibilidade de dentro para fora. 
Ela tem alma de menina, uma serenidade que é tão dela que vira logo furacão. Ela tem um universo particular e se você foi convidado a fazer parte dele, sinta-se privilegiado. Ela só faz o que lhe convém, ela só anda com quem faz bem. 
Ela cresceu. 
Eu vi ela florescer, renascer. Transbordar. 
Ela foi fazendo da vida jardim, com cores que ela resolveu pintar. Foi mudando o destino sem pedir permissão ou aprovação de ninguém. Afinal é ela por ela. 
A alma também cresceu. Ganhou mais valor, ganhou mais amor. Ela foi fazendo seus pequenos cantos se abrirem para caber mais alguém. 
Sabe o que mais? Ela é só amor. 
Por fora, por dentro. Ela é poesia. Noite estrelada. Ela é calmaria. Ela é uma bagunça boa, a toa que ninguém precisou arrumar. 
Ela é toda de fé. Mas ela tem fé no humano, no animalzinho que ela viu na rua, e só se abrigou no seu passo. Ela não vai rezar junto com você, mas ela vai fazer a prece mais sincera que puder antes de dormir: agradecer. 
Ela também aprendeu a ser grata, ela aprendeu a surpreender quando a vida lhe disse que não podia mais. 
Ela é reggae no fim de tarde. Fogueira quando chega a noite. Aquece quem lhe compete. Ela consegue ser até ventania. Mas ela também é porto, também é cais. 
Ela é colo.
As vezes ela é um pouquinho lágrima, os olhinhos pequenos e fechados deixam logo na vista da gente se algo desagradou ou se a felicidade foi tanta, mas tanta que transbordou.
Ela é passáro. Voa alto. 
E ela é trevo. De 4 folhas. É difícil de achar. Mas se você encontrou, uma certeza eu tenho: ela é sorte infinita pra uma vida inteira. 

sábado, 4 de janeiro de 2020

Minha prece mais bonita tem teu nome.

A gente passa a vida inteira achando que sabe sobre amor. Que entende amor. É a meta da vida de todo ser humano, mesmo que seja escondido. E comigo era. Bem escondido. Tão escondido que até eu demorei pra achar. 
     Aí eu descobri amor. Do jeito mais improvável do mundo. Sem querer descobrir. Eu achei que conhecia o amor, achei que inclusive já tinha sentido de todas as maneiras. Até que depois da tempestade e de todo o furacão eu fui confrontada, e aí eu entendi o que antes eu tinha visto apenas nos filmes. Vi um filme uma vez em que o cara morria e deixava cartas para a mulher que amava conseguir lidar com a perda e viver outras coisas. Eu faria isso. Isso é amor. 
Defini na minha mente depois de muito sentir que amor é escolha. Você escolhe amar alguém. Eu escolhi amar você. Ainda não sei o propósito, o motivo, a razão, a definição de tudo isso. Mas a certeza de ter escolhido te amar é real. 
     É um abraço que virou casa, um beijo com gosto de lar. Um carinho despretensioso no braço no meio de uma madrugada de dor. Uma noite de sono mal dormida porque eu passei mal e você ficou acordado até que eu adormecesse. É uma cerveja no meio do dia, uma plaquinha comprada pensando em mim, um livro que tem a ver com meu trabalho, a consideração de pensar em amor com os meus. 
        É mais que corpo, é alma. É respeito no meio da briga. É coragem de dizer não quando quer gritar sim. É esforço pra não deixar morrer. É certeza de lealdade em qualquer canto desse mundo. 
Não tem ibope, não existe exposição, nem a disputa do quem gosta mais ou menos. Não tem grude, nem clichê de novela que os mocinhos ficam juntos no final. Vai além. 
É oração silenciosa no meio da madrugada. É a prece mais bonita que já fizemos na vida. Família. 
É a maneira mais profunda de amar outro alguém: orando por ele. 
     Se existisse uma regra, um manual de como amar, amar então não seria sublime como é. Apesar da confusão, ainda é brilho nos olhos e borboletas no estômago. Ainda tem arrepio no corpo e desejo na alma. Ainda existe suspiro profundo e respiração desconcertada. 
A proteção vai além de mero cuidado. É uma preocupação única de como você está realmente. De como seu ser tão blindado se comporta no meio da guerra. 
Tem tanta coisa pra dizer e pouco tempo pra falar. Tanta coisa pra sentir e muito pouco tempo pra gritar isso. A vida é breve. 
A minha certeza de amor é saber que eu não preciso gritar, escrever todos os dias, dar crises e mais crises, ser notada. A minha certeza de amor é sentida, vivida em descanso, na minha prece silenciosa ao acordar, e ao dormir. 
Você sente. Eu sinto. Nós amamos. Não nos perdemos. Existimos um no outro. 
Em amor, alma e oração.