Acordei tão completamente perdida e mal olhei pro outro lado da cama. Levantei tão devagar que eu nem ouvia meus próprios passos. Sai lentamente e fui até o banheiro, me olhei no espelho e vi o quão longe eu tinha ido. Quantos passos a mais eu acabei dando sem querer, ou melhor querendo mesmo.
Lavei o rosto tirando o resto de maquiagem da noite anterior, me olhei no espelho novamente e aceitei que água não ia lavar minha alma depois de tudo.
Não estava conseguindo raciocinar com clareza, tava ficando difícil a cada segundo que passava entender o que eu estava fazendo ali, naquele lugar. Voltei ao quarto a procura de sentido, só o que achei foi ele, deitado em sono profundo, sorrindo.
Olhei bem pra ele, estava com um ar satisfeito, dormia tão profundamente que não quis acorda-lo. Sentei devagar na beira da cama, e ao tocar seu rosto levemente, pedaços da noite anterior povoavam meu pensamento, e sem querer dei um meio sorriso também.
Não podia mais ficar procurando sentido, e motivos pra estar ali. Não era justo, não era certo.
Levantei, procurei minhas roupas me vesti em silêncio. E quando estava prestes a sair pela porta, ouvi uma doce voz rouca me chamando pelo nome. E soltando um " ei, vai aonde ? embora ? ". Não consegui responder, mas tive que encara-lo, e aqueles olhos foram mais fortes que eu. Me olhou dos pés a cabeça e eu sei exatamente onde seu pensamento estava.
_ Só estava indo na padaria pegar um chocolate quente pra você.
Ele sorriu, e inexplicavelmente achei o sentido que procurava.
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